Em 19 de
setembro de 1943, na cidade do sol, Natal - Rio Grande do Norte, nasceu Vitor
Ronaldo Costa, o primogênito de cinco irmãos. Nascido em família espírita,
vivenciou a doutrina dentro de casa e desde cedo participava de reuniões
mediúnicas.
Sempre
mostrou inclinação pelo inexplicável aos olhos da matéria. A mãe contava que,
ainda pequeno, gostava de sentar-se à mesa, com papel e caneta na mão, dizendo
que ia psicografar. Em posição bem compenetrada, escrevia: “Jesus é amor”, a
mãe achava graça, abraçava-o e dizia: “Muito bem! Excelente a sua mensagem!” E
ele saia satisfeito por ter cumprido sua tarefa espiritual do dia.
Aos 14
anos, deparou-se com a primeira grande perda física da sua vida, a morte de seu
pai. Soube, desde então, que se tornaria o “homem” da casa. A vida modesta e a
necessidade de ajudar nas despesas da família fizeram com que ele começasse a
trabalhar muito cedo. Sua mãe, mulher forte e generosa, foi a grande
responsável pelo cultivo do espiritismo em seu ser. Na luta do cotidiano de
criar seus filhos e viver as diretrizes da doutrina espírita, foi acometida por
um câncer de mama, que acolheu com resignação e serenidade. Mesmo com
tratamentos precários, resistiu bravamente durante vários anos e veio a falecer
no dia da colação de grau em medicina de seu filho Vitor.
Esteve
casado por 45 anos com Janete, companheira que sempre lhe apoiou nos trabalhos
espirituais. Era ela quem oferecia o primeiro acolhimento àqueles que
procuravam consolo por meio dos tratamentos espirituais. Pai de três filhas e
um filho e avô de cinco netos.
Na
medicina, especializou-se em Medicina de Aviação, Clínica Médica e Homeopatia.
E, na medicina da alma, por meio dos seus trabalhos mediúnicos, buscava
oferecer a oportunidade de aliviar o sofrimento de encarnados e desencarnados.
Como
médico da aeronáutica, foi morar em Porto Alegre e, posteriormente, radicou-se
definitivamente em Brasília. Em Porto Alegre, buscava resposta para a
necessidade de aprimorar os resultados das terapias desobsessivas dos doentes
psiquiátricos do Hospital Espírita. Foi quando conheceu o Dr. José Lacerda de
Azevedo e tornou-se o fiel companheiro dele, o mestre que o introduziu na
desobsessão amorosa em casos complexos e o ensinou como exercê-la,
utilizando-se da Apometria. Do Dr. Lacerda recebeu acolhimento, amizade,
reforço à retidão e os manuscritos da grande obra dele. Este escreveu dois
livros sobre o tema.
Em
Brasília, labutou em trabalhos desobsessivos como dirigente mediúnico em várias
casas espíritas. Finalizou sua tarefa corpórea das atividades mediúnicas no
Grêmio Espírita Atualpa Barbosa Lima, casa que o acolheu com grande
generosidade. Foi doutrinador, com mais de 40 anos de prática, no
esclarecimento, conforto e despertamento dos espíritos sofredores. Foram
milhares de assistidos, encarnados e desencarnados, atendidos sem qualquer tipo
de cobrança, condição ou diferenciação por credo ou classe social.
Disciplinado,
era um estudante incansável do espiritismo. Escreveu os seguintes livros:
Mediunidade e Medicina; Apometria – Novos horizontes da medicina espiritual;
Gerenciando as emoções à luz da sabedoria Crística; Enfermidades da alma; O
visitador da saúde; Desobsessão e Apometria; e Mentomagnetismo e Espiritismo. E
os seguintes livretos: Minuto mediúnico; Otimismo em verso e prosa; e Allan
Kardec: Vida e Obra (espiritismo em versos). Foi um exímio palestrante, que
atuava em várias casas espíritas, dentro e fora de Brasília.
Sistematizou,
conjuntamente com seu sobrinho Gustavo Henrique de Lucena, as informações
trazidas pelos espíritos sobre o Mentomagnetismo, com elucidações sobre o uso
mental do magnetismo como auxílio fundamental para os trabalhos de desobsessão
e de cura espiritual. Seu último livro publicado abordou esse assunto.
Um homem
que soube viver e morrer. Tinha convicção na continuação da vida e no amparo
dos bons espíritos. Ao receber o diagnóstico de câncer de pâncreas, afirmou sem
titubear: “- Estou pronto!” Por conseguinte, não sucumbiu à revolta, à negação,
à depressão quando colocado diante da doença fatal. Abdicou-se de murmurar
queixas. Dizia estar tudo bem e minimizava os incômodos dos cateteres, drenos e
intensa icterícia. Diante da cirurgia mutilante, só manifestava confiança e
gratidão aos médicos, enfermeiras e nutricionistas. Sabia que ia desencarnar,
mas minimizou a situação para que a família não sofresse.
Em 21 de
novembro de 2015, com 72 anos, em Brasília, Vitor Ronaldo Costa retornou para a
pátria espiritual. Para quem o conheceu ficou a saudade física da sua presença,
mas a certeza de que Vitor Ronaldo Costa cumpriu sua missão. Ao retornar ao
plano espiritual, reencontrou seus entes queridos e todos aqueles com quem ele
pode auxiliar durante mais de quatro décadas de trabalhos espirituais
realizados com base no amor e na caridade.
https://www.vitorronaldocosta.net.br